A Universidade Federal do Pará, por meio de seu Programa de Pós-Graduação em Ciência Política (PPGCP), lançará, no dia 30 de julho, os Resultados da Pesquisa de Valores Ambientais e Atitudes sobre a Amazônia (PVAAA). A divulgação será feita através de live no canal do Programa (youtube.com/@ppgcpufpa), a partir das 19h.

 

A PVAAA, coordenada pelo Prof. Gustavo César M. Ribeiro, baseia-se em um survey sobre valores, atitudes e comportamentos ambientais dos públicos brasileiro e amazônida. O projeto contou com o financiamento do projeto PROCAD CAPES Amazônia e da Meilore Foundation.

 

Seu questionário aborda comportamentos pró-ambientais, preferências por políticas de meio ambiente, experiência climática, impacto de atividades econômicas, atitudes sobre povos tradicionais e temas críticos envolvendo a Amazônia. A amostra é representativa da população brasileira, e da região Norte, acima de 16 anos.

 

Os dados da PVAAA revelam que os maiores problemas da região Norte, conforme seus residentes, são ambientais – queimadas e desmatamento citados, juntos, perfazem 43% das respostas. No público amazônida há ampla desaprovação da exploração madeireira e da mineração, enquanto o agronegócio é visto positivamente. A maioria apoia a expansão da área permitida para a agricultura na região.

 

Por outro lado, entre o público brasileiro, a maioria se opõe à flexibilização das regras de licenciamento ambiental, à privatização dos serviços de água e esgoto e ao aumento dos agrotóxicos permitidos. Apenas metade ouviu falar da possibilidade de a PETROBRAS explorar petróleo na foz da bacia do rio Amazonas e, entre os informados, uma pluralidade se diz contrária.

 

A maioria dos brasileiros diz estar bem informada e interessada em questões ambientais, além de confiar em instituições como o IBAMA. Há aceitação dos direitos de expressão de ativistas ambientais e empresários do agronegócio. Contudo, há divisão sobre os direitos dos camponeses de ocupar terras para a reforma agrária, com leve pluralidade a favor.

Existem padrões generalizados de comportamento pró-ambiental tanto no consumo quanto nos hábitos familiares, mas não nas escolhas eleitorais. A maioria prioriza a proteção ambiental da Amazônia em detrimento de seu desenvolvimento econômico.

 

Sobre questões climáticas, a maior parte relata aumento nas temperaturas, no último ano, mas apenas um terço afirma o mesmo sobre os dias chuvosos. Em relação a eventos climáticos extremos, 30% já foram afetados – principalmente por ondas de calor, inundações e tempestades. A maioria já ouviu falar em aquecimento global, acredita que o governo deve priorizá-lo e que os incêndios na Amazônia contribuem significativamente para o fenômeno.

 

É disseminado, entre os/as brasileiros/as, o entendimento de que os indígenas são tão capazes de ocupar cargos políticos quanto os não indígenas, ao passo que há uma ampla discordância em relação à noção de que o uso de tecnologias avançadas os torna menos autênticos. A maioria apoia a expansão das reservas e se opõe à mineração em terras indígenas. Sobre o projeto do marco temporal, 60% nunca ouviram falar sobre ele e, entre os informados, há empate entre apoio e oposição.

 

A PVAAA é crucial para entender as relações entre opinião pública e meio ambiente no Brasil e na Amazônia. Convidamos a todos/as a assistir ao lançamento de seus resultados participar dessa importante discussão.